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A sua mais recente obra, publicada pela Editora Âncora em 2018, intitula-se "Tantos Dias, Estranhos Dias".
"A propósito da poesia de Francisco d’Eulália, nome literário de José de Faria Costa, permita-se-nos respigar, aqui, duas ou três observações críticas levadas a cabo relativamente a obras poéticas anteriores:
[…] parece que o estro de Francisco d'Eulália requintou neste seu jeito de recorrer, por um lado, à escrita contida e reduzida ao mínimo de expressão e, por outro, à estrutura antitética de enunciados e conceitos antagónicos para com eles fazer ressaltar o sentido complexo e dialéctico do mundo, da sociedade e da alma humana […] — Sebastião Tavares de Pinho
[…] A sua voz lírica, se encontra a sua expressão mais alta e complexa nos poemas de índole gnómica e meditativa, possui uma versatilidade admirável que lhe permite cultivar outras formas, outros ritmos e outros temas […] — Vítor Aguiar e Silva
[…] Na realidade, a poesia, a boa, a verdadeira, não seria o que é se não começasse por cegar o leitor, e particularmente o crítico, cuja tarefa é (justamente) a de esclarecer […] — Cristina Robalo Cordeiro
[…] Falo da escrita. Do que não se explica. Porque “o olhar do gato preto / é igual à pedra branca”. E é neste aparente sem sentido que está o sentido outro do livro de francisco d’eulália […] — Manuel Alegre"
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"Canto Longo & Outros Poemas" é a quinta obra poética de Francisco d'Eulália, tendo sido editada em 2015 pela Modo de Ler.
"Mas desta vez, no Canto Longo & Outros Poemas, parece que o estro de Francisco d'Eulália requintou neste seu jeito de recorrer, por um lado, à escrita contida e reduzida ao mínimo de expressão e, por outro, à estrutura antitética de enunciados e conceitos antagónicos para com eles fazer ressaltar o sentido complexo e dialéctico do mundo, da sociedade e da alma humana. Como o próprio título de capa anuncia, este livro consta de duas partes. A primeira, com nome de Canto Longo, apresenta-se redigida em prosa, mas em prosa apenas formal e etimológica, porque a sua composição de andamento rítmico e cadencial e mesmo o seu conteúdo são os de um verdadeiro poema e, por isso, de um canto, como é toda a poesia, que afinal surgiu para ser cantada. (...) Constituem a segunda parte desta obra os Outros Poemas, num total de setenta e sete composições em verso livre e dotadas de uma dimensão nem sempre igual, mas de tal modo curta que o seu conjunto se cifra na média global de 13 versos por poema (...) Estes dados demonstram e confirmam o carácter extremamente conciso que define a obra de Francisco d'Eulália e que se impõe como uma das marcas dominantes da sua escrita ". (Sebastião Tavares de Pinho)
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"Poesia & Minuscula Moralia" é a terceira obra poética de Francisco d'Eulália, tendo sido editada em 2010 pela Modo de Ler.
"Em artista consumado, Francisco d'Eulália soube, nestas Poesia & Minuscula Moralia, através do diálogo do aforismo e do canto (pois que é a palavra que melhor convém aos breves poemas das páginas ímpares) encontrar um perfeito equilíbrio entre uma secura geométrica sabiamente ambivalente e o pequeno delírio da imaginação sempre hiperbólica e contraditória. O leitor repousa através desta ritmanálise da alma que possui a virtude de recordar laços secretos, e tão esquecidos, da moral e da poesia. Escusado será dizer que a leitura destas páginas reclama condições particulares: solidão, tempo, um desgosto a consolar, um coração a fortificar, uma paixão a racionalizar ou uma razão a apaixonar". (Cristina Robalo Cordeiro)
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Dois anos após a sua última obra, “No Regaço da Memória” surge como o segundo livro de poemas de Francisco d’Eulália.
“(...) Na realidade, a poesia, a boa, a verdadeira, não seria o que é se não começasse por cegar o leitor, e particularmente o crítico, cuja tarefa é (justamente) a de esclarecer. (...) [Aqui] o poeta (...) visa um pequeno público de espíritos requintados e aptos a saborearem a sua virtuosidade, partilhando emoções raras (...). Não se trata pois de convencer nem tão pouco de fazer sonhar ou chorar, mas ao invés de acordar, de estimular a consciência do leitor ou do autor. (...) Exercício e jogo da inteligência, esta poesia «erudita» é uma arte da maturidade. (...) O pequeno número de textos, o pequeno número de palavras tão escolhidas de que se compõem não só impedem qualquer fadiga, mas acabam por criar o desejo de os relermos”, são as palavras de Cristina Robalo Cordeiro, na apresentação da obra.
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Já em 2003, publica uma antologia das crónicas que escreve semanalmente para O Primeiro de Janeiro, editada pela Fólio Edições, sob o título A Razão das Coisas.
No prefácio, escreve o Dr. Miguel Veiga que "estas «Crónicas» de Faria Costa, publicadas no diário «O Primeiro de Janeiro», no período compreendido entre Outubro de 2002 a Julho de 2003, apesar da sua cronologia, são o tempo abolido. Breves e eternas como certos encontros, os tais que há. Gosto deste trabalho rigoroso e pautado de rédea curta, e, no caso, de um volteio de grande precisão, de escultural e sedutora elegância plástica também com que Faria Costa trabalha, no seu manège, o cavalo alado e desobrigado no vento da literatura".
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A sua mais recente obra, publicada pela Fólio Edições em 2005, intitula-se Cartas a Sofia. Também aqui se trata de uma antologia dos textos publicados em O Primeiro de Janeiro, de 6 de Dezembro de 2003 a 31 de Julho de 2004.
"Maravilhosamente vocacionadas para a escrita na água, não raro a mais pertinaz a actuante das escritas, afeitas a integrar um portfolio de nuvens de admirável esplendor, as Cartas a Sofia, de José de Faria Costa, invadem o silêncio com uma mão repleta de ideias de oiro, e retomam a fiação das efemérides que desencadearam o seu nascimento. Guardemo-las então na estante mais prezada, e mais acessível, da nossa biblioteca, aquela onde se arquivam os atestados de talento, e da meditação sobre ele, esses que sempre, e com renovada sede, voltaremos fatalmente a compulsar" são as palavras de Mário Cláudio, no prefácio que faz desta obra.
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"A Raiz do Teu Gesto" é o primeiro livro de poemas de Francisco d'Eulália. Com uma poesia comparável à de Casais Monteiro, como escreveu Manuel Alegre, à de Sophia de Mello Breyner, à de Sapho…
Ainda sob o pseudónimo Francisco d'Eulália dá à estampa, em 2002, a obra A cor da manhã, também editada pela Quarteto Editora.
"Este livro é oferecido a um pássaro. Da Polinésia. Dizem uns que se chama pyau-pyau. Outros bau-bau. Nunca ninguém o viu. Juram. Todavia, todos sabem que existe há milhares de anos. Depois de longas e aturadas investigações inclino-me para que definitivamente se chame bau-bau, não tanto porque tenha uma certeza científica mas porque numa noite de luz intensa vi-o, lá, numa pequena ilha do sudoeste. Sublime, ao longe, em sonoridades únicas de bau-bau. Nunca me acreditaram. O que não é desrazoável e também não faz mal".
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José Francisco de Faria Costa inicia a sua vida literária, sob o pseudónimo Francisco d'Eulália, com a obra Belém e outros escritos breves, editada em 1999 pela Quarteto Editora.
A propósito deste primeiro livro Cristina Robalo Cordeiro disse [...] Nenhum "bavardage" aqui, no entanto, nenhuma palavra mais. Apenas a palavra certa que aspira à perfeição e à pureza, a palavra contida e concisa, a de uma escrita de brevidade. E a tentação é grande de procurar a etimologia grega da palavra com que o autor assume a sua autoridade de homem de letras e de a decompor nos dois elementos que a constituem: eu/lalia. Voltemos então ao nosso ponto de partida: Francisco d'Eulália (o escritor que não conhecíamos, o autor que acabámos de conhecer) não é então senão aquele que nos traz, em escritos breves, a palavra boa, a palavra feliz.